Exposição de fotografia

(DES)CONTINUIDADES
O Século XX Português — da Queda da Monarquia à Revolução dos Cravos

Dom Spotkań z Historią | ul. Karowa 20, Varsóvia

 

A Casa dos Encontros com a História, instituição cultural da cidade de Varsóvia, e o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, em Varsóvia, têm o prazer de apresentar a exposição de fotografia (Des)continuidades. O Século XX português – da Queda da Monarquia à Revolução dos Cravos. A abertura da exposição terá lugar no próximo de 25 de abril, às 18:30, na Casa dos Encontros com a História, ul. Karowa 20, e ficará patente ao público até 31 de agosto de 2014. A entrada é livre.

A exposição apresenta, pela primeira vez na Polónia, cerca de 120 fotografias de arquivo que documentam a sociedade portuguesa ao longo do séc. XX, com especial atenção para o dia da Revolução dos Cravos, retratado em fotografias de Alfredo Cunha. No espaço de cerca de 70 anos, Portugal é palco de sucessivas mudanças políticas e sociais. Assiste-se ao fim de uma monarquia com mais de 750 anos de existência e a uma das ditaduras mais longas da Europa, que só cairá a 25 de abril de 1974 com a Revolução dos Cravos, momento de viragem na história portuguesa. Por entre os meandros das mudanças políticas, a vida continuava, uma vida dura para a maioria dos portugueses daquele tempo. Através de um conjunto único de fotografias de arquivo e de textos historiográficos, a exposição consegue traçar um retrato fiel da sociedade e da política portuguesa – dos seus momentos de maior tensão e euforia, mas também dos mais quotidianos e triviais – desde o início do século até 1974. Este é sem dúvida um dos períodos mais fascinantes da história portuguesa.
 

 
A exposição é comissariada por Rui Prata, diretor do Museu da Imagem em Braga e membro de aquisições da Maison Européenne de la Photographie, em Paris. No seu texto de introdução, Rui Prata afirma “Visitaram-se alguns dos mais importantes arquivos de imprensa existentes e alguns acervos de mais reduzidas dimensões. Por entre os milhares de imagens consultadas, várias tiveram de ser deixadas para trás, muitas vezes na incerteza da escolha. A estratégia operativa procurou desenrolar-se duplamente, oscilando entre os traços da esteticidade do olhar fotográfico e das correntes fotográficas documentais, por um lado, e, por outro, procurando representações o mais fidedignas das factualidades de cada momento. Procurou-se, assim, fugir à ilustração dos ditames da imagem institucional dos diferentes regimes políticos, à sua exaltação cerimonial, para enfatizar uma abordagem dos costumes através de variados microcosmos que no seu conjunto constituem a sociedade. O fio condutor da narrativa apresentada rege-se pela cronologia dos factos, essencialmente os de natureza política. As imagens de roupagem social revelam um povo frequentemente alheado do teatro político. Um povo humilde e crente que, ora ergue os braços ao céu, ora dedilha os dedos da guitarra conformado com o seu fado, ora ainda, procura esquecer as agruras do quotidiano numa visita à praia ou ao parque de diversões.”
 
 
As fotografias provêm dos arquivos dos jornais portugueses mais importantes da época, como o Diário de Notícías e O Século, mas também dos arquivos pessoais de alguns dos fotógrafos que foram documentando a vida política e social do país. Fotógrafos como Abel Resende, Fernando Marques, o “Formidável”, e ainda Alfredo Cunha, que fotografou o alvorço do primeiro dia da Revolução dos Cravos em Lisboa.

A exposição (Des)continuidades é acompanhada por um catálogo em três línguas, polaco, português e inglês, que contém, além das fotografias, textos historiográficos que explicam os acontecimentos da história de Portugal deste período. A coordenação científica do catálogo ficou a cargo do Professor Doutor João Carlos Espada, diretor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica e titular, entre 2011 e 2013, da cátedra “European Parliament / Bronislaw Geremek European Civilisation” no Colégio da Europa, campus de Natolin, Varsóvia.